João Ramalho, Manoel Emiliano e Solon de Melo nas primeiras vaquejadas de Surubim Foto ( Arquivo da familia Farias) |
A vaquejada é a manifestação esportiva mais genuína do povo brasileiro. Reflete o modo de vida do povo nordestino. Até o momento não teve esse reconhecimento amplamente credenciado, mas o descaso está com os dias contados.
Fernando Guerra garante que vaquejada de Surubim é a mais antiga do Brasil a obra levou 13 anos para ser concluída em um minucioso trabalho de pesquisa (Foto: Divulgação/ Reprodução) |
O autor conta que desde 2003 procurou saber as raízes da vaquejada de Surubim. “Identificamos que a primeira ocorreu em 1937”.
A vaquejada foi iniciada quando era prefeito do município Paulo Mota. A iniciativa entretanto partiu de fazendeiros liderados por Geny Arruda. Ao recolher depoimentos, Fernando descobriu que a vaquejada nasceu no campo. Suas raízes estão ligadas ao trabalho do vaqueiro. “Com a diminuição dos cercados e a chegada do arame farpado, as fazendas que não tinham divisão foram sendo divididas. As festas de apartação, que era o ajuntamento do gado das fazendas da região, aconteciam nas fazendas mais estruturadas”, explica o escritor. Em geral, o vaqueiro fazia uma demonstração da queda do boi, mas esse tipo de exibição perdeu a finalidade porque as fazendas foram se isolando devido às divisões particulares.
A vaquejada foi iniciada quando era prefeito do município Paulo Mota. A iniciativa entretanto partiu de fazendeiros liderados por Geny Arruda. Ao recolher depoimentos, Fernando descobriu que a vaquejada nasceu no campo. Suas raízes estão ligadas ao trabalho do vaqueiro. “Com a diminuição dos cercados e a chegada do arame farpado, as fazendas que não tinham divisão foram sendo divididas. As festas de apartação, que era o ajuntamento do gado das fazendas da região, aconteciam nas fazendas mais estruturadas”, explica o escritor. Em geral, o vaqueiro fazia uma demonstração da queda do boi, mas esse tipo de exibição perdeu a finalidade porque as fazendas foram se isolando devido às divisões particulares.
Fernando conta que a origem da vaquejada deu-se dentro de uma “visão lúdica de corrida, de competição, que é próprio da natureza humana”. Foi através de pesquisas, que incluem fatos do século XIX e início do século XX, que o autor descobriu que a primeira vaquejada ocorrida no Brasil, dentro do perímetro urbano, foi em Surubim. O Estado do Ceará reivindica o título de detentor da primeira vaquejada do País, mas a pesquisa feita pelo escritor prova que essa afirmativa não condiz com a verdade dos fatos. Ele tem em mãos registros fotográficos e a histórica edição do Diário de Pernambuco de 7 de agosto de 1937. “Temos uma documentação farta”, garante.
No período, o poeta Ascenso Ferreira foi aclamado presidente da vaquejada. Ao Diário, Ascenso disse o seguinte: “Contam-me vitórias do povo de Caruaru e outros municípios nos jogos de futebol. Isso para mim é uma tristeza. Como seria interessante que em lugar desse esporte todo de fora, cuidássemos daquilo que é eminentemente nosso; uma derrubada, uma apartação de gado, etc. Poderíamos promover nesse sentido reuniões interessantíssimas em nossas fazendas, o que viria a contribuir para a perpetuação dos costumes da terra”.
O berço – Surubim é a terra e “berço da vaquejada urbana moderna”, escreveu o publicitário e escritor José Nivaldo Jr. em artigo publicado no jornal Terra da Gente. Nivaldo Jr. é prefaciador de Memórias das Vaquejadas de Surubim. “É um livro destinado a ficar como um marco da historiografia pernambucana”, frisou o publicitário.
O berço – Surubim é a terra e “berço da vaquejada urbana moderna”, escreveu o publicitário e escritor José Nivaldo Jr. em artigo publicado no jornal Terra da Gente. Nivaldo Jr. é prefaciador de Memórias das Vaquejadas de Surubim. “É um livro destinado a ficar como um marco da historiografia pernambucana”, frisou o publicitário.
“1949 foi o ano em que o Brasil inteiro tomou conhecimento da existência da vaquejada”, afirmou Fernando. Naquele ano foi feito um documentário, com o apoio do Ministério da Agricultura, que acabou sendo exibido nos cinemas de todo o Brasil. A revista do ministério também deu amplo espaço ao evento.
O livro traz o levantamento da história dos vaqueiros, um capítulo sobre o cavalo crioulo, animal usado nas primeiras vaquejadas, fotos ilustrativas que registram passagens inesquecíveis, grandes nomes e heróis das vaquejadas e a evolução do esporte.
O registro histórico foi dividido em três ciclos: 1937 a 1941; 1949 a 1971. A partir de 1972 inicia o terceiro ciclo com as vaquejadas acontecendo no Parque J.Galdino. O livro registra os dois primeiros ciclos.
O filme de 1949 foi restaurado e está à disposição do público. O lançamento está marcado para o dia 13 de setembro, às 20h, no Restaurante Capitu, onde também funciona a sede do jornal Correio do Agreste, cujo diretor é o próprio Fernando Guerra, Além do evento no Restaurante Capitu, o livro também será lançado no Parque J. Galdino, no dia 14 de setembro, dentro da programação de 80 anos da Vaquejada de Surubim e contará com a apresentação da dupla Sirano e Sirino.
FONTE: (Voz do Planalto)
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