Mano Menezes em seu último jogo na seleção brasileira, na quarta-feira 21, diante da Argentina, em Buenos Aires |
Em entrevista coletiva nesta sexta, o diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez, afirmou que ele e Marin jamais discutiram a possibilidade de demissão antes desta sexta. Segundo Sanchez, o relacionamento de Mano com os dirigentes era bom e os resultados de Mano à frente da seleção (27 vitórias em 40 jogos) não tiveram grande peso na decisão, mas sim um “conjunto de fatores”. Ainda de acordo com o diretor da CBF, Marin deseja uma mudança de projeto, de planejamento e de “tecnologia” na seleção brasileira.
Sanchez não foi claro sobre o que motivou a atitude intempestiva de Marin, à qual o próprio Sanchez manifestou contrariedade. O presidente da CBF pode estar agindo apenas como fazem tantos outros dirigentes brasileiros, pode estar abrindo espaço para algum amigo, mas faltam explicações. Não se sabe, por exemplo, se as acusações de que Mano recebia dinheiro em troca de determinadas convocações, como veicularam alguns blogs e o deputado federal Romário (PSB-RJ), tiveram alguma influência.
Espera-se de uma entidade que deve preparar a seleção para o mundial (a ser disputado em casa) alguma justificativa de peso para romper um trabalho pela metade e dar menos de um ano e meio e cerca de 20 jogos para um novo técnico. Especialmente num momento em que esse trabalho começava a ter avaliações positivas de parte da imprensa especializada. Mais uma vez, a CBF mostra ser uma caixa-preta sobre a qual a sociedade não exerce nenhum controle. Talvez seja otimismo demais esperar transparência do futebol brasileiro.
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