A
trama rural está sendo tratada como a volta da teledramaturgia do canal às suas
origens. O romance vai sobrepor elementos recorrentes nos últimos anos, como as
histórias policiais com excesso de violência.
Ambientada
às margens do Rio São Francisco, a novela marcará o retorno à faixa das 21h de
Benedito Ruy Barbosa, afastado do horário desde Esperança (2002-2003).
É
dele produções focadas na vida no interior do país que foram fenômeno de ibope,
como Pantanal (1990), Renascer (1993), O Rei do Gado (1996-1997) e Terra Nostra
(1999-2000).
Na
nova novela, o autor não fugirá à sua especialidade: contrapor amor e ódio, sentimento
e poder, natureza e progresso, tradição e revolução de costumes.
O
texto de Benedito sempre vai da poesia à crítica social e política, do resgate
de culturas regionais aos tabus, como na ocasião da abordagem do
hermafroditismo da personagem Buba (Maria Luísa Mendonça) em Renascer.
Em
Velho Chico, a premissa tem o infalível clichê da guerra entre famílias e
deságua no conflito de interesses — a defesa da ecologia versus a exploração
mercantilista de recursos naturais — despertado pelo gigantesco São Francisco.
A
direção de núcleo de Luiz Fernando Carvalho, com quem o autor fez O Rei do
Gado, Renascer e o criativo remake de Meu Pedacinho de Chão (2014), suscita
tratamento cinematográfico às paisagens em torno do rio. Um alívio visual ao
repetitivo uso do Rio e de São Paulo como cenário nas últimas novelas.
Outro
propulsor de expectativa é a presença de Antônio Fagundes. De Benedito, o ator
interpretou os inesquecíveis Coronel José Inocêncio (Renascer) e Bruno Mezenga
(O Rei do Gado). Prevê-se um novo tipo tão forte quanto popular.
Patrícia
Pillar, presente em Renascer (a ambiciosa Eliana) e heroína dos sem-terra em O
Rei do Gado (Luana) também já teve a escalação confirmada.
Velho
Chico promete conduzir o noveleiro a uma viagem que ele não faz há tempos: por
um Brasil no qual a natureza é a protagonista. A Globo começou a contagem
regressiva para essa promessa de sucesso.
O Enredo
da Novela
A
novela será ambientada na cidade fictícia de Grotas, vizinha à cidade de Bom
Jesus da Lapa, e se dividirá em três fases, tendo como principal tema a
transposição do Rio São Francisco e um romance proibido envolvendo famílias
rivais.
A
primeira fase da Novela Velho Chico se dá na década de 70, quando a Usina
Hidrelétrica de Sobradinho é construída e desapropria muitos moradores das
cidades do entorno dessa obra. Quem poderia fazer algo contra a construção da
usina, um coronel que comanda Grotas, nada fez pois seria o maior beneficiado,
lucrando com a construção em suas terras.
A
segunda fase da Novela Velho Chico se passa no final da década de 80. O Coronel
entra com conflito com o próprio filho (que será o personagem do Antônio
Fagundes), pois este tem ideais contrários aos do pai. É justamente nesta fase
da novela que se dá a sucessão do pai (o coronel latifundiário) pelo seu filho,
este passando a cuidar dos negócios do pai. Com o tempo o filho acabou se
corrompendo pela política.
Já a
terceira fase da Novela Velho Chico se passa nos dias atuais, com o sucessor
(Antônio Fagundes) entrando em conflito com seus dois filhos, um rapaz e uma moça.
O rapaz é universitário, estudado, e tem ideais bem diferentes do pai, sendo
contra a transposição do Rio São Francisco, defendendo causas ambientais. A
moça, por sua vez, acaba se apaixonando pelo filho de um inimigo de seu pai,
que é justamente a família que agita as manifestações em prol do Velho Chico,
configurando, portanto, um romance proibido.
Novela
também debaterá a questão da transposição:
A questão ecológica não ficará de lado:
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